quinta-feira, 17 de março de 2011

Lisboa


Devido a uma triste coincidência, durante toda minha vida só ouvi coisas ruins sobre Lisboa. As pessoas que me relatavam suas viagens contavam estar tão fascinados pelas outras cidades europeias que Lisboa ficava apenas como uma decepção. Então, ao  assistir o espectáculo do Cirque du Solei em Lisboa,  no ano passado, me deparei com a grata surpresa que foi a cidade.

De fato a capital de Portugal e seus monumentos não são tão conservados como poderiam e deveriam ser, mas ainda sim é linda. Os portugueses, salvo algumas poucas exceções, são muito prestativos e isso nos dá uma sensação de estarmos em algum lugar como a casa dos avós. Como em todo Portugal se come muito bem e os custos em geral da viagem são bem mais baratos que o resto da Europa. Isso sem mencionar a imensa carga histórica da cidade, que em parte coincide com a nossa própria, que estudamos desde pequenos.

Praça do Comercio
Monumento ao Descobrimento

Um dos pontos principais de história luso-brasileira é a região de Belém, de onde partiram as caravelas que no Brasil chegaram. Hoje, neste local que beira o rio Tejo, há o monumento ao descobrimento. Além disso, lá existem também a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos, que são sensacionais. O Mosteiro é um dos motivos da minha futura volta à cidade, pois nas duas vezes que lá estive, não consegui entrar.  Um outro ponto imperdível na região de Belém é o local onde se come os originais pastelinhos de Belém. De fato não é a coisa mais deliciosa do mundo, mas é bom e tem um sabor único, pois segundo eles, a receita é um segredo, o que faz daquele sabor inigualável. E além do mais, é algo tão barato e o lugar é tão aconchegante que não se deve ir a Lisboa sem experimentá-los. 

Pasteis de Belém

Outra coisa que recomendo ao visitar Lisboa é assistir a um bom show de fado, de preferência em um restaurante típico, comendo um bom bacalhau e tomando um vinho do Alentejo. O fado é a música-alma de Portugal, e é cantado de forma tão triste que de certa maneira me lembra Fernando Pessoa versando sobre aqueles que fingem a dor. Recomendo apesar de ainda não ter feito esse programa. Estou adiando para ter sempre mais um motivo para voltar a Lisboa, mesmo a cidade sendo um motivo em si suficiente.

Mosteiro dos Jerónimos

Capela dos Jerónimos

quinta-feira, 3 de março de 2011

Bélgica


Grand Place
Em Bruxelas, na Bélgica passei pela primeira vez pela experiência de viajar sozinho, pois a Paola estava viajando a Europa com sua irmã Poliana e uma amiga, Ariane. O combinado era de eu encontra-las na Bélgica, pois era um dos destinos delas que eu ainda não tinha ido. Como demorei a comprar as passagens, so encontrei bons preços dois dias antes da chagada da meninas e passei esses dois dias vagando só por Bruxelas. Devo dizer que detestei esse papel de viajante solitário. É muito ruim nos deparar com lugares novos e interessantes sem ter com quem compartilhar ao menos um comentário sobre aquilo. Eu bem que poderia me esforçar para fazer alguma amizade na hostel em que fiquei, mas quem me conhece sabe que eu não consigo ser simpático quando quero. Bem, mas apesar da experiência solitária desses dois dias, tive uma grata surpresa com o país, pois li comentários em blogs de alguns viajantes dizendo que não valia muito a pena ir à Bélgica. De fato não é um lugar que precise de vários dias para se conhecer, mas existem cidades lindas e waffles com chocolates deliciosos.
Grand Place
Em Bruxelas havia três coisas em especial que eu queria conhecer. A Grand-Place, praça considerada a mais bonita do mundo por Victor Hugo, o attomium, monumento de 18 metros de altura representando um atómo de ferro, e a Mini-Europe, um parque em que existem miniaturas dos principais monumentos da Europa. O parque em questão estava fechado e só abria novamente em Março (eu fui em Janeiro). O atomiun é realmente muito grande e bonito, mas fica no meio do nada e quando cheguei lá fiquei me perguntando sobre o porque daquele monumento. Por sorte, a praça não fechava, e era realmente muito bonita. Nada como nós goianos estamos acostumados, ela não tinha nenhum jardim, mas sim vários edifícios muito bonitos e imponentes. O tipo de cenário que não cabe em uma fotografia. Há um arquiteto muito famoso, mas que eu não me recordo o nome, que dizia que praça não é lugar de flores e sim de arquitetura. Entendo-o melhor hoje em dia.

Atomiun

Para além desta praça, há todo o centro histórico, hoje já bastante infiltrado de prédios novos e modernos, mas que ainda preserva uma atracão que me intrigou; o Manneken Pis, ou como eu estava o chamando, o Mijão. Trata-se de um estátua bastante pequena na verdade de um menino mijando em uma fonte, em uma esquina próxima a Grand-Place. Por mim não teria nada de mais, mas esse parece ser o símbolo maior do turismo da cidade pois a maior parte dos souvenirs da cidade são sobre essa estátua. Para mim, o bom te ter visitado essa atracão foi poder experimentar o melhor wafles com chocolate que eu já comi, em uma pequena confeitaria ao lado do Mijão. Quando fui pela primeira vez, já era tarde e eu ainda estava sozinho na cidade. O local estava meio vazio, mas guiado pelo cheiro e pelo preço baixo, pedi um para experimentar. Sem brincadeira, eu quase tive que me sentar para comer aquilo, estava muito bom. Claro que quando as meninas chegaram à cidade as levei lá e elas compartilham da mesma opinião.
Manneken Pis


Outro ponto interessante sobre Bruxelas é que ela é a sede do Parlamento da União Europeia e por vezes víamos comitivas de carros luxuosos, muito bem protegidos por escoltas policiais, passando pra lá e pra cá.
Depois de Bruxelas, fomos a uma pequena cidade muita bem indicada por todos os blogs de viajantes chamada Bruges. A cidade é minúscula, mas é muito linda. Toda murada e cortada por vários canais, ela é conhecida como a Veneza da Bélgica. Entre as várias atracões da cidade, chama a atenção as duas praças principais Markt e Burg. Rodeada por edifícios elegantes e casinhas coloridas, o cenário fica completo com as carruagens muito elegantes que levam os turistas a passeio. Nessa cidade o que tínhamos a fazer era andar a toa por suas ruazinhas, curtindo o clima interiorano e medieval da cidade. Em uma dessas andanças, encontramos ate moinhos de vento antigos, o que me lembrou a estátua de Don Quixote em Madrid.
Praça Markt - Bruges

Moinhos de Vento - Bruges

Um dos vários canais de Bruges

Cervejas Belga - Tradição