terça-feira, 16 de novembro de 2010

Marrakesh

É amigos, demos uma saidinha da Europa e dessa vez, fomos passear no norte da África, no Marrocos. Foi uma viagem incrível, muito diferente, mas ao mesmo tempo com muitas semelhanças, do que se vê por aqui e por ai no Brasil. A cultura árabe contrasta muito com nossos costumes, mas em Marrakesh em especial, tudo parece combinar. A cidade é uma Babel, muito disso por conta do comercio. É preciso saber falar a língua do freguês, e toda o mundo passa por aquela cidade. Não é a toa que a maior atração de Marrakesh são os souks, que são imensos mercados que se estendem por toda a medina (cidade antiga cercada por muros).

 Nesses souks pode-se comprar todo o tipo de artesanato típico, comida, roupas, malas, bolsas, haxixe, coisas para o lar, falsificações, enfim, de tudo. E como a tradição desse povo no comercio vem de longa data, é preciso ser esperto com eles e sempre negociar o melhor preço. O costume é sempre que se pergunta o preço de algo, eles jogam o valor lá em cima e cabe a nós, pedir muito menos do que aquilo que queremos pagar. Para minha sorte, eu estava com a Paola que consegue fazer os marroquinos ficarem no prejuízo.



A praça de Jemaa El Fna é outro ponto muito agitado em Marrakesh. A partir do entardecer começam a montar várias bancas de comidas e vários artistas, tatuadoras de henna e encantadores de serpentes ficam andando pela praça, procurando ganhar um trocado dos turistas. Nessa praça, por qualquer foto que você tira, pode vir alguém cobrando uma moedinha pois apareceu na sua foto. Nessa agitação toda, ficamos até tonto com o tanto de gente chamando pra visitar-mos suas barracas ou tirar fotos com suas serpentes ou fazer uma tatuagem, ou qualquer outra coisas que nos arranque dinheiro. Depois de dois dias não aguentavamos mais andar pela praça. Na realidade minto, íamos ainda tomar o jus d'orange das várias barraquinhas que haviam na praça.


Fizemos também uma excursão de três dias, que foi até o deserto do Sahara. Nesse excusão passamos em Ait Ben Haddou (cidade onde foram gravados vários filmes, entre eles Gladiador e Príncipe da Pérsia) Zagora (considerada a porta do Sahara) e Merzouga, de onde pegamos os dromedário e andamos por mais duas horas até o acampamento, onde passamos a note entre as dunas. O céu no deserto é algo inacreditável. Eu nunca tinha visto tantas estrelas, parecia um veludo negro todo respingado de leite e por não haver nenhum tipo de iluminação ao nosso redor, as estrelas pareciam estar muito baixas, quase ao nosso alcance.


No meio da noite o guia nos convidou para subir uma duna bem alta, ao lado do acampamento. A subida foi muito difícil pois alem de estarmos subindo sem enxergar meio metro a frente, a duna era muito íngreme e foi preciso muito esforço para chegar ao topo. Contudo, a paz que se sente ao chegar ao topo, deitar naquela areia gelada e ficar observando o céu em silêncio é uma bela recompensa. Por fim, para descer foi-nos indicado um outro caminho, ainda mais íngreme e o modo de descer era caminhar lentamente afundando o pé na areia. Pois essa sem dúvida foi uma das sensações mais agradáveis que já senti. Na escuridão quase total, enxergando apenas o fogo do acampamento e as estrelas sobre minha cabeça, eu comecei a descer e a medida que eu afundava o pé na areia, eu ia deslizando lentamente sobre a duna, sem que meus pés tocassem algo sólido ou firme, e desse modo eu me sentia flutuando junto com as estrelas que me observavam. Por mais que eu me esforce, não conseguira explicar a sensação a vocês. Foi demais!

Visitamos também uma cidade litorânea chamada Essaouira, mas essa deixou a desejar. A cidade estava muito suja e a alimentação nos saiu cara, apesar de muito gostosa. Como já estava no final de nossa viagem, estávamos muito cansados e só pensávamos em ir embora. No mais, Marrocos ficará marcado a cima de tudo, como um grande choque cultural.

Nessa viagem tentei fazer mais vídeos, para mostrar melhor o que eu via. Espero que gostem e os postarei em breve.

Picasa: http://picasaweb.google.com/118304732664827419926/Marrocos?authkey=Gv1sRgCJ73goyAksXj7QE#

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Paris

Primeiramente, eu gostaria de pedir desculpa pela demora em atualizar o blog. Os dias chuvosos, a falta da internet em casa e a quantidade de coisas que tenho a contar da cidade me deixaram com preguiça. Por várias vezes comecei a escrever mas alguma distração me tirou do computador.
Pois bem, ainda antes de contar-lhes como foi a viagem, vamos à uma pequena retrospectiva dos antecedentes. No post passado eu havia contado que descobrimos que o lugar que ficaríamos hospedado era horrível e muito mal avaliado pelos que por lá passaram. Havíamos percebido também que somente com a bagagem de mão, que por um lado tinha deixado o custo da passagem bem baixo, era uma pouco difícil carregar as roupas de uma semana de frio, e muito frio, devo adiantar. Alem do mais, havia a questão do aeroporto em que íamos desembarcar ficava a 91 km de Paris. Adicionado a isso, ficamos sabendo um dia antes de viajar que a França se encontrava em greve geral e quase todos os serviços estavam paralisados. Com toda essa gama de boas notícias, embarcamos para Paris.
Paris é uma cidade ícone, da qual muita coisa é falada. Está sempre presente nos filmes e novelas como uma cidade encantadora, romântica, cheias de coisas bonitas para ver e coisas gostosas para comer. Eu, habitante do sertão do Brasil, sempre pensei que exageravam um pouco sobre a cidade e que Paris não era tudo isso. Pensava que era ladainha de pessoas que iam a um lugar caro, e que por ser caro aumentavam aumentavam as caracteristicas positivas do lugar para justificar o dinheiro que pagaram. Pois saibam todos que eu estava enganado e Paris é realmente tudo o que dizem!
Apesar de todos os antecedentes pessimistas que tínhamos, notamos que nossa sorte tinha mudado assim que chegamos ao aeroporto, e em meio a greve e tudo mais, fomos abordados por um senhor chileno, todo de uma Van, que nos ofereceu "carona" até nosso albergue por um preço menor que o ónibus que pagaríamos para ir até o centro da cidade. Chegando no hostel, muito preocupados em sermos mal-tratados, gastamos todo o nosso francês para tentar estabelecer uma boa comunicação na língua nativa e ainda nos certificarmos que teríamos pelo menos água quente e café da manhã. Talvez nosso francês esteja um pouco melhor do que nós pensávamos pois fomos muito bem tratados, conseguimos ficar os cinco (Paola, Rayana, Fernanda, Rafaela e eu) e com banheiro próprio. Algo que eu gostaria de chamar a atenção logo no começo do relato é sobre a educação dos franceses: são todos muito educados. Ouvi falar muito no Brasil sobre a falta de educação francesa e por isso estava até com certo receio de ser mal-tratado por alguém quando fosse pedir informações, contudo, a educação, a disponibilidade e a presteza deles nos espantou.

Catedral de Notre Dame, visão do fundo.

Pois bem, aproveitando os bons ventos que sopravam a nosso favor, decidimos aproveitar o dia passeando a pé até onde conseguíssemos, já que a principio a melhor vantagem do nosso hostel era a localização. Caminhamos até as margens do Sena e seguimos até a Ile de la Cité, ilha localizado no meio do Sena onde há, entre outras, a Catedral de Notre Dame. No momento em que a avistei, muitas coisas vieram a minha cabeça, desde o filme da Disney "O corcunda de Notre Dame", Baseado no romance de Victor Hugo, até a coroação de Napoleão Bonaparte como imperador, na ocasião em que ele toma a coroa das mão do Papa e se auto proclama imperador. Tudo isso ocorreu ali, no prédio a minha frente.
Umas das pontes que ligam a Ile de la Cité à margem do Sena

Enquanto estávamos contornando a Notre Dame, entramos contato com a greve. Uma manifestação muito bem comportada passou por nós. Nesse momentos estávamos na ponte da foto ao lado. Nessa ponte, segundo nos contaram, os casais apaixonados prendem cadeados nas cercas e jogam as chaves no rio, como prova de amor eterno. O interessante é que a maioria dos cadeados eram de segredo. Penso que isso é algo útil caso alguém pense que a eternidade é tempo demais. O interior da Catedral é muito bonito e nos faz sentir muito pequenos da grandiosidade dos seus arcos.
Cadeados presos como prova de amor




Interior de Notre Dame

Após visitar Notre Dame, mudamos de margem e seguimos até a Universidade Sorbonne. É um prédio enorme, que ocupa todo um quarteirão, mas que infelizmente não estava aberto a visitação. Após a Sorbonne, fomos ao Pantheon, pois era o monumento que estava mais próximo. Não entendemos direito o que era o Pantheon, pois nos falaram que era um espaço dedicado ao saber, mas parecia que a razão de ele ser turístico são os pensadores enterrados nele. De qualquer forma, é um belo prédio que imita um templo grego.


Sorbonne
Pantheon
Jardim de Luxemburgo
 Depois do Pantheon, fomos ao Jardim de Luxemburgo, onde tivemos a felicidade de passar o pôr-do-sol. O local é um palácio com um belo jardim o cercando, muito agadável. A entrada do outono, que já deixava algumas folhas amarelas e outras enferrujadas, dava ao jardim uma beleza que nós não estamos acostumados no Brasil. Contudo, com a ida do sol, o frio começou a apertar e por isso encerramos o nosso primeiro dia por aqui.

Bastilha

No nosso segundo dia, acordamos cedo e fomos visitar a famosa Bastilha. Por mais estúpido que seja, eu pensei que eu iria realmente ver a Bastilha, mas ela foi demolida há muito tempo atrás. Atualmente há um monumento que lembra a tomada da antiga Bastilha, na revolução Francesa. Pelo menos o lugar era o mesmo. Após a Bastilha, íamos ao museu Picasso. Íamos, porque não fomos. Estava fechado e só reabrirá em 2012. Ficamos todo muito frustrados com isso, mas faz parte de qualquer viagem pequenos imprevistos. Continuando o passeio, seguimos pela Rue de Rivoli até a prefeitura da Paris, o Hotel de Ville.

Hotel de Ville - Prefeitura

Almoço no Louvre

 Poucas quadras depois do Hotel de Ville já avistamos o Louvre, mas a fome também já incomodava, por isso, decidimos fazer uma farofa básica no Louvre, como bom brasileiros que somos. O Jardin des Tuileries, que fica a frente do prédio do Louvre, se mostrou ser um lugar muito agradável para essa prática tão mal vista no Brasil. Como havíamos planejado visitar o Louvre mais para o fim da semana, ficamos só pelo jardim mesmo, que já era bem legal. Alem de um belo projeto de paisagismo, há também várias estátuas representando os mitos gregos que vale gastar um tempinho para admirar.


Após sairmos do  Jardin des Tuileries, entramos na Praça da Concórdia, onde há um Obelisco egípcio enorme. Segundo informações que tivemos, Esse obelisco foi um presente de agradecimento a um outro presente que a França havia dado ao Egipto - um relógio que atualmente não funciona mais. Esse obelisco é uma peça única e maciça de granito, que servia de pilar para um templo egípcio antigo. Depois da retirada desse pilar, dizem as más línguas que o templo ficou manco. Um outro detalhe desse obelisco é a sua ponta, pintada a ouro. Infelizmente me dei conta agora que eu não tenho fotos do obelisco...

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 Continuando o passeio, da Praça da Concórdia, seguimos pela Champs Elysees, passando pelo pelo pequeno e pelo grande Palácio. Assim que entramos na Champs Elysees, temos a visão do Arco do triunfo ao fundo, que lembra qualquer coisa como "É, eu estou em Paris". No mais, a Champs Elysees não era bem o que eu imaginava encontrar. Não é verdade que as marcas mais caras do mundo estão lá. Atualmente, como ela se encheu de turistas, lá estão grandes lojas de departamento, restaurantes, e vários artistas de rua tentando ganhar um trocado. Ainda sim, é uma avenida muito elegante e muito tradicional para os parisienses, já que é lá que acontecem os desfiles cívicos
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Arco do Triunfo

Após chegarmos ao fim da Champs Elysees, no belo Arco do Triunfo, já era hora de ir visitá-la. Descemos uma rua linda, com a maior cara de outono, que ligava o Arco do Triunfo à Torre Eiffel e era cede de várias embaixadas. A medida que íamos nos aproximando, ela ia se revelando, cada vez mais alta e imponente, olhando Paris por cima. A Torre Eiffel é espetacular! Não tenho nem o que falar sobre ela. Ao chegarmos no Champs de Mars, parque onde está a Torre, depois de tirar um milhão de fotos, ficamos lá, sentados na grama, esperando o sol se por e as suas luzes se acenderem. Finalmente entendi porque Paris é chamada de cidade Luz. Passear pela cidade a noite era otimo. O estilo art noveau sob as luzes amarelas da cidade, tendo ao fundo a Torre iluminada, me deu vontade de ficar ali para sempre, mas é claro, trazendo a família e os amigos pra perto, porque como diz Tom Jobim, "é impossível ser feliz sozinho".


Olha ela lá!
 
 Neste post me resumi e contei somente dois dias da viagem de uma semana. Parte foi por preguiça, mas outra parte foi pra ter o que contar quando eu voltar. Porem, coloquei todas as fotos em um álbum virtual do Picasa. Quem tiver interesse, acesse o link abaixo.


E para finalizar, um vídeo que fiz da Torre. Em breve, Lisboa e Marrocos.





segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Rumo a Paris

Daqui dois dias estarei viajando a Paris e passarei uma semana na cidade luz. Tudo muito lindo, devem estar pensando, e de fato pretendo que a viagem seja muito bonita mesmo, mas há alguns empecilhos e dificuldades que gostaria de dividir com vocês.
O relato dessa viagem tem início quando compramos as passagens. Estávamos Paola, Rayana e eu sentados em frente a um supermercado, aproveitando-nos do computador que tínhamos conseguido emprestado e da Internet wireless disponibilizado pelo supermercado. Naquele dia estávamos decididos a conseguir passagens baratas e ir a onde quer que as promoções da ryanair nos levasse. Por sorte, conseguimos logo de cara passagens em conta para Paris e tratamos de tentar comprar. Nisso, percebemos, e isso não é algo nos falam de cara quando se conta das passagens áereas promocionais da Europa, que para as passagens ficarem realmente com preços baixos, teríamos que não fazer nenhum tipo de seguro de viagem, realizar o checing on-line e levar apenas bagagem de mão. Na hora não nos importamos com isso pois iríamos a Paris pagando pouco. No dia seguinte, ainda muito empolgados, fomos procurar um hostel (albergue) barato, mas que ainda fosse bem localizado. Também encontramos, e sem investigar muito fizemos nossa reserva felizes pois iríamos curtir uma semana em Paris gastando muito pouco.
Porem, não tem como fazer nada em Paris gastando pouco e nesses últimos dias antes da viagem, estamos nos dando conta que o barato pode sair caro. A começar da bagagem de mão, as meninas mais do que eu, perceberam que é muito pouco espaço para uma semana de fotos em Paris. Informamo-nos que o clima da cidade está esfriando e roupa de frio ocupa mais espaço na mochila. Sem contar que sempre se compra alguma tranqueira nesse tipo de viagem que se quer trazer de recordação. Não estou julgando, eu mesmo adoro comprar essas lembrancinhas. O problema será trazer de volta essas lembrancinhas na mala que mal fechou na ida. Esse contudo parece que será o menor de nossas problemas.
Ontem recebi um email da Rayana, que decidiu pesquisar mais sobre o albergue que ficaremos e encontrou péssimos resultados. Os depoimentos de pessoas que ficaram nesse albergue ficavam entre "Eu nunca mais volto nessa p#$$@ de albergue, é o pior do mundo." e " Eu já estou procurando um jeito de fechar esse lugar do inferno!". Pelo visto as pessoas da recepção não são as mais educadas da França, a água quente é um fenómeno raro, a limpeza é duvidosa e o café da manhã não é tão farto. Como já temos consciência desses problemas e não estamos viajando buscando luxo, acho que será otimo.
Amanhã embarcaremos para Porto, onde dormiremos no aeroporto, pois o voo sai as seis da manhã. Nos meus próximos posts irei dar noticias da viagem e colocarei algumas fotos. Quem souber de dicas, por favor passe-me, pois nunca é demais.
No mais, obrigado pela atenção de quem lê.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Última semana antes das aulas

Nossa, já faz um tempo que não dou notícias. Mas também, essa ultima semana foi meio cansativa. Como o dinheiro estava meio curto, fizemos apenas alguns passeios pequenos e no resto passamos em casa, nos abrigando da chuva. O tempo em Braga esta em transição, passando do verão para o outono e com isso as chuvas passam a ser mais frequentes, contudo aproveitamos bem os últimos dias de sol e férias.

Bom Jesus

No domingo da semana passada, Paola, Rayana e eu fomos passear no Bom Jesus e Sameiro, que são duas igrejas no alto de um dos morros que cercam a cidade. Esse passeio foi muito revigorante, pois alem de serem lugares lindos, com uma vista panorâmica da cidade, são longe e demandam uma longa caminhada morro acima. Chegando inicialmente no Bom Jesus, nos surpreendemos com os vários casamentos realizados lá. Era literalmente um atrás do outro, durante toda a tarde. Assistimos pedaços de alguns e como todos os turistas, fotografámos as noivas nas saídas dos casamentos. Parecia ser algo bem natural para os noivos serem fotografados por algum grupo de turistas que ocasionalmente sempre estavam lá. Do Bom Jesus fomos ao Sameiro, que ficava dois quilómetros morro acima e por isso oferecia uma vista ainda mais ampla.
Fizemos a caminhada por uma estrada dentro de um bosque muito bonito até chegarmos às imensas escadarias do Sameiro. Depois de algumas reclamações e pausas para fotos, chegamos ao topo, de onde se avistava não só a cidade de Braga, mas muitas outras cidades próximas. Ficamos lá no alto da igreja, acima da torre dos sinos, olhando para o horizonte e esperando os sinos tocarem majestosos, sempre de hora em hora. Em breve essas descrições serão acompanhadas das fotos.
Na quarta-feira, Paola e eu fomos passear em Porto. O contraste com nossa experiência de Braga foi muito grande, pois Porto é uma cidade grande, com todas as vantagens e problemas que isso acarreta. Como só iríamos passar uma tarde, resumimos nosso passeio ao centro histórico, que apesar de ser um património da humanidade, é muito mal conservado. Passamos bons momentos na orla fluvial de Porto, aonde há vários bares e restaurantes com um clima litorâneo europeu bem gostoso. não nos preocupamos em conhecer mais da cidade porque ela é tão próxima que temos a certeza que precisaremos voltar lá. Isso é tão certo, que em Porto  finalmente comprei uma maquina fotográfica, mas deixei para buscar uma bateria extra qualquer outro dia que passar na cidade.
Para fechar as férias e o verão, no domingo decidimos ir a praia, na cidade de Viana do Castelo. Fomos novamente, Paola, Rayana  e eu e encontramos uma cidade fantasma. Tudo muito limpo, muito conservado, mas em uma cidade litorânea, em pleno domingão ensolarado era estranho não haver ninguém na rua. isso foi um pouco incomodo porque não tínhamos nem para quem pedir informações. Contudo nos viramos e pela manhã com uma visita a outra igreja no topo de um morro, a capela de Santa Luzia. Depois dessa breve visita, reunimos alguma informação precária e fomos à praia, pelo caminho mais longo que poderíamos ter escolhido.
No meio da longa caminhada, decidimos para e almoçar alguns sanduiches ali, na rua mesmo. Eis então que a cidade fantasma emerge novamente. Dessa vez já havia algumas pessoas na rua, mas também havia uma música, até agradável, mas que nos seguia por onde íamos. Tratava-se da rádio de rua, que deixava caixas de som na rua, tocando para as calçadas. Depois do nosso almoço, quando íamos colocar o lixo no cesto apropriado, encontramos um vinho espumante intacto, protegido por uma sacola de supermercado junto com uma vela decorada escrito 4 e alguns pratos de papelão para festa, tudo isso dentro do lixo. Não pensamos duas vezes e recolhemos o vinho e os apetrechos para nossa própria festa mais tarde. É claro que depois ficamos imaginando que aquele material poderia fazer parte da surpresa de um namorado em sua comemoração de quatro anos de relacionamento, ou alguma coisa assim, mas já é tarde demais. tomamos e vinho e estava delicioso.
Passamos aquela tarde na praia, dormindo e conversando a toa, molhando os pés nas águas gelados deste lado do Atlântico até já ser hora de voltar para a casa. Foi um passeio bem agradável e em breve pretendo postar as fotos aqui. No mais, talvez fique um pouco distante devido as aulas e a falta do que postar, mas assim que puder, conto mais de mim.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Guimarães (com chuva)


Guimarães foi a primeira capital do imperio português
 Hoje estivemos rapidamente em Guimarães. O mal tempo nos impediu de aproveitar plenamente a cidade, mas deu para ver que gostarei muito da proxima visita. É uma cidade medieval, considerada o berço de Portugal, sendo sua primeira capital. Visitamos apenas o centro histórico e o castelo do Guimarães - que agora chamo de meu primeiro castelo. Caso o sol apareça, voltaremos à cidade no domingo, já que fica somente a 17 km de Braga. Como sempre, ainda não recebi as fotos tiradas lá ...
Eu e Dom Afonso, fundador de Portugal
Ruínas do Castelo de Guimarães

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Santiago de Compostela e Vigo

Esse final de semana viajamos para o norte da Espanha, de trem. Viajar de trem dá muito sono. O som dos trilhos, as paisagens bucólicas, o leve balanço, tudo nos faz dormir um sono muito gostoso.
Foi uma viagem com pouco planejamento e por isso saiu um pouco cara. Chegamos a Santiago de Compostela em plena época de peregrinação, onde pessoas de toda Europa percorriam o caminho de Santiago. Nesse ano também estava aberta a Porta Santa, que se abre somente de sete em sete anos. Segundo a explicação da Paola, quem passa por essa porta, consegue a indugencia plenaria, que seria como um perdão aos pecados. Essa porta fica aberta esse ano somente durante três meses, por duas horas por dia, portanto imaginem a quantidade de pessoas atrás de perdão nesse cidade. Vimos mochileiros peregrinos de todas as partes, e que percorreram o caminho a pés, de bicicleta e havia também quem estava lá a turismo, como nós.
A Catedral de Santiago é enorme e muito bonita. Passeando por essas igrejas entendo o poder que a igreja católica já teve, e ainda tem. Uma das coisas que achei engraçado foi as esmolas para as imagens dos santos, no interior das igrejas. Para acender uma vela para algum santo, era necessário pagar, e o preço variava de acordo com a popularidade do santo. Toda a cidade gira em torno desta fé católica e com ela se lucra muito.
A gastronomia de Santiago de Compostela é um motivo a parte para se viajar. Em todo canto há confeitarias que vendem a Torta de Santiago, que é muito gostosa. Essas tortas são oferecidas nas portas das confeitarias para os turistas experimentarem. Caso você aceite provar toda vez que te ofereçam, comerá bem mais que uma torta inteira. Outra comida típica que provei foi o chourizo e o jamón, que são embutidos de carne e pernil defumado, respectivamente. Achei gostoso, mas como era alta temporada, creio que paguei caro no prato de chourizo e jamón assado que comi.
Depois de Santiago de Compostela, fomos a Vigo. Assim que passei de trem pela cidade, tive a impressão que já a conhecia. É a cidade que ambienta o filme Segunda-feira ao sol, com Javier Bardem. No semestre passado vi esse filme varias vezes devido à monitoria. É uma cidade portuária, com uma vasta bacia. No passeio marítimo podemos ver alguns transatlânticos e uma bela paisagem litorânea. Como passamos o domingo na cidade, a maior parte do comercio estava fechado, havendo apenas alguns restaurantes caros, para o deleite dos passageiros dos transatlânticos. Visitamos o parque da cidade, que fica em um morro. No topo deste morro há um forte com uma vista sensacional de toda a bacia e do resto da cidade. Como passamos somente um dia, não pudemos aproveitar as praias da cidade, que pareciam ser muito bonitas.
No geral, entramos em contato com a cultura galícia do norte da Espanha. A língua que eles falam, o galego, é muito fácil de entender e alguns habitantes expressam que não se sentem representados pela república da Espanha. Os movimentos separatistas não são dessa região e nem desse povo, mas fiquei com a impressão que a Espanha é um mosaico de povos unidos sob a mesma bandeira, ou pelo menos essa é a intenção.
Tiramos algumas fotos nessa viagem, e assim que puder as postarei. Muito obrigado pelo carinho de quem lê e de quem comenta.






quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Chegada em Braga

Depois de cinco dias de muita correria, finalmente encontrei um tempo para dar notícias. A cidade de Braga é linda. Chegamos aqui no sábado e nos hospedamos em um hotel no centro. Esse primeiro hotel era muito velho e todo acarpetado, o que vez com que a Paola tivesse muita alergia. Ficamos dois dias nele e mudamos para um outro muito bonito, com um café da manhã delicioso e pagando o mesmo preço. Durante esses quatro dias nossa rotina era basicamente resolver questões de documentação, hospedagem e ambientação. Cruzamos toda a cidade a pé e apesar dessa ser pequena, terminavamos o dia muito cansados. Contudo finalmente achamos um bom apartamento para morarmos e resolvemos todos nossos problemas de documentação.
Penso que vou gostar de viver nesta cidade. Os medos que eu tinha ao chegar aqui, quase todos de disiparam. Tudo aqui é muito barato, tanto que chego a me revoltar com algumas coisas. Compramos um garrafão de água de cinco litros por apenas 27 centavos de euros. Frutas, carnes, legumes, arroz, feijão, tudo é , mais barato. O vinho então , nem se fala. Ainda não achei um vinho que custasse mais que cinco euros. Tudo roda em torno dos dois euros por garrafa. Ontem, passeando no shopping, nºao resisti a uma propaganda e fui jantar um belo prato de picanha com arroz e feijão por seis euros. Que bom que tudo isso é barato, mas me revolta isso ser barato aqui, no exterior, e caro no Brasil.
O povo daqui, em uma primeira impressão, me pareceu ser muito simpático e prestativo. É um pouco díficil entender o que eles falam, mais já estou me habituando. Chegamos aqui no fim do verão, em um calor desgraçado, mas eles gostam desse clima e aproveitam o maximo dele, já que o sol só de põe entre 20:30h - 21:00h. Todos os jovens são muito bronzeados, mas não os achei muito bonitos. A Rayana está encantada com os homens daqui. Diz ela que são muito bonitos e educados. Bem, parece que eles tambem gostaram dela e da Paola, pois elas estão fazendo muito sucesso aqui.
Quanto a mim, sinto-me mais latino do que nunca. Olhando as pessoas aqui sei que não sou europeu, asiatico, africano, árabe e nem americano. Sou latino-brasileiro, diferente de tudo que vejo. Estou curioso para saber como será minha adaptação aqui, no dia-a-dia. No mais, assim que puder mando mais notícias.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Culto ao culto

Ser culto
Ser cult
Ser cul
Ser cu
Ser o "c" mesmo.


Isso é algo que escrevi a algum tempo atrás. Estou postando apenas como um exercício para sempre postar algo. Em breve haverá fotos por aqui.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A pré-viagem

Hoje, no dia 25 de agosto de 2010, decido fazer um blog. Mas o  que diabos eu quero com um blog???  Bem, aqueles que me conhecem sabem que dentro de dois dias estarei embarcando para a cidade de Braga, em Portugal, para a realização de um intercâmbio acadêmico. Portanto, penso que a praticidade de um blog vai me ajudar a dar notícias de mim à todos e irá me ajudar a compartilhar minhas novas experiências. Além do mais, sou uma pessoa que precisa dos amigos que tem, portanto ler seus comentários aqui certamente me ajudará a aguentar a distância e a saudade.
Nessa ultima semana tenho realizado "as despedidas". Eu nunca fui bom com despedidas. Por vezes sou ríspido ou emotivo demais. Para quem acredita em horóscopo, dirá ser minha irremediável condição de geminiano, mas eu prefiro acreditar ser algum tipo de inadaptabilidade social. Comecei com alguns amigos do ensino médio, depois os amigos da faculdade, a família não-nuclear e por fim, amigos e parentes próximos. Eu queria morrer pela sensação de perder alguns amigos, e não havia ninguém que poderia salvar minha vida, nessa sensação. E se houvesse, não o fez. Contudo creio que os amigos serão amigos, apesar e além de tudo.
Alguns podem estar se questionando quanto ao nome desse meu espaço. Como meu amigo Lucas acaba de me dizer, - o nome é o mais difícil. Com Vasto quintal, me refiro ao mundo fora de mim e toda sua imensidão. Porém, há um Vasto quintal também dentro de mim, constituído, constitutivo e constituinte do quintal de fora. São quintais da casa que sou, e que vivo a reformar. São vastos os quintais a se explorar.
Por favor, puxem uma cadeira e fiquem à vontade nesse nosso quintal. Sou um neófito, por isso de antemão peço desculpas pelos erros e descasos que cometerei.
Abraço a todos.