terça-feira, 21 de setembro de 2010

Última semana antes das aulas

Nossa, já faz um tempo que não dou notícias. Mas também, essa ultima semana foi meio cansativa. Como o dinheiro estava meio curto, fizemos apenas alguns passeios pequenos e no resto passamos em casa, nos abrigando da chuva. O tempo em Braga esta em transição, passando do verão para o outono e com isso as chuvas passam a ser mais frequentes, contudo aproveitamos bem os últimos dias de sol e férias.

Bom Jesus

No domingo da semana passada, Paola, Rayana e eu fomos passear no Bom Jesus e Sameiro, que são duas igrejas no alto de um dos morros que cercam a cidade. Esse passeio foi muito revigorante, pois alem de serem lugares lindos, com uma vista panorâmica da cidade, são longe e demandam uma longa caminhada morro acima. Chegando inicialmente no Bom Jesus, nos surpreendemos com os vários casamentos realizados lá. Era literalmente um atrás do outro, durante toda a tarde. Assistimos pedaços de alguns e como todos os turistas, fotografámos as noivas nas saídas dos casamentos. Parecia ser algo bem natural para os noivos serem fotografados por algum grupo de turistas que ocasionalmente sempre estavam lá. Do Bom Jesus fomos ao Sameiro, que ficava dois quilómetros morro acima e por isso oferecia uma vista ainda mais ampla.
Fizemos a caminhada por uma estrada dentro de um bosque muito bonito até chegarmos às imensas escadarias do Sameiro. Depois de algumas reclamações e pausas para fotos, chegamos ao topo, de onde se avistava não só a cidade de Braga, mas muitas outras cidades próximas. Ficamos lá no alto da igreja, acima da torre dos sinos, olhando para o horizonte e esperando os sinos tocarem majestosos, sempre de hora em hora. Em breve essas descrições serão acompanhadas das fotos.
Na quarta-feira, Paola e eu fomos passear em Porto. O contraste com nossa experiência de Braga foi muito grande, pois Porto é uma cidade grande, com todas as vantagens e problemas que isso acarreta. Como só iríamos passar uma tarde, resumimos nosso passeio ao centro histórico, que apesar de ser um património da humanidade, é muito mal conservado. Passamos bons momentos na orla fluvial de Porto, aonde há vários bares e restaurantes com um clima litorâneo europeu bem gostoso. não nos preocupamos em conhecer mais da cidade porque ela é tão próxima que temos a certeza que precisaremos voltar lá. Isso é tão certo, que em Porto  finalmente comprei uma maquina fotográfica, mas deixei para buscar uma bateria extra qualquer outro dia que passar na cidade.
Para fechar as férias e o verão, no domingo decidimos ir a praia, na cidade de Viana do Castelo. Fomos novamente, Paola, Rayana  e eu e encontramos uma cidade fantasma. Tudo muito limpo, muito conservado, mas em uma cidade litorânea, em pleno domingão ensolarado era estranho não haver ninguém na rua. isso foi um pouco incomodo porque não tínhamos nem para quem pedir informações. Contudo nos viramos e pela manhã com uma visita a outra igreja no topo de um morro, a capela de Santa Luzia. Depois dessa breve visita, reunimos alguma informação precária e fomos à praia, pelo caminho mais longo que poderíamos ter escolhido.
No meio da longa caminhada, decidimos para e almoçar alguns sanduiches ali, na rua mesmo. Eis então que a cidade fantasma emerge novamente. Dessa vez já havia algumas pessoas na rua, mas também havia uma música, até agradável, mas que nos seguia por onde íamos. Tratava-se da rádio de rua, que deixava caixas de som na rua, tocando para as calçadas. Depois do nosso almoço, quando íamos colocar o lixo no cesto apropriado, encontramos um vinho espumante intacto, protegido por uma sacola de supermercado junto com uma vela decorada escrito 4 e alguns pratos de papelão para festa, tudo isso dentro do lixo. Não pensamos duas vezes e recolhemos o vinho e os apetrechos para nossa própria festa mais tarde. É claro que depois ficamos imaginando que aquele material poderia fazer parte da surpresa de um namorado em sua comemoração de quatro anos de relacionamento, ou alguma coisa assim, mas já é tarde demais. tomamos e vinho e estava delicioso.
Passamos aquela tarde na praia, dormindo e conversando a toa, molhando os pés nas águas gelados deste lado do Atlântico até já ser hora de voltar para a casa. Foi um passeio bem agradável e em breve pretendo postar as fotos aqui. No mais, talvez fique um pouco distante devido as aulas e a falta do que postar, mas assim que puder, conto mais de mim.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Guimarães (com chuva)


Guimarães foi a primeira capital do imperio português
 Hoje estivemos rapidamente em Guimarães. O mal tempo nos impediu de aproveitar plenamente a cidade, mas deu para ver que gostarei muito da proxima visita. É uma cidade medieval, considerada o berço de Portugal, sendo sua primeira capital. Visitamos apenas o centro histórico e o castelo do Guimarães - que agora chamo de meu primeiro castelo. Caso o sol apareça, voltaremos à cidade no domingo, já que fica somente a 17 km de Braga. Como sempre, ainda não recebi as fotos tiradas lá ...
Eu e Dom Afonso, fundador de Portugal
Ruínas do Castelo de Guimarães

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Santiago de Compostela e Vigo

Esse final de semana viajamos para o norte da Espanha, de trem. Viajar de trem dá muito sono. O som dos trilhos, as paisagens bucólicas, o leve balanço, tudo nos faz dormir um sono muito gostoso.
Foi uma viagem com pouco planejamento e por isso saiu um pouco cara. Chegamos a Santiago de Compostela em plena época de peregrinação, onde pessoas de toda Europa percorriam o caminho de Santiago. Nesse ano também estava aberta a Porta Santa, que se abre somente de sete em sete anos. Segundo a explicação da Paola, quem passa por essa porta, consegue a indugencia plenaria, que seria como um perdão aos pecados. Essa porta fica aberta esse ano somente durante três meses, por duas horas por dia, portanto imaginem a quantidade de pessoas atrás de perdão nesse cidade. Vimos mochileiros peregrinos de todas as partes, e que percorreram o caminho a pés, de bicicleta e havia também quem estava lá a turismo, como nós.
A Catedral de Santiago é enorme e muito bonita. Passeando por essas igrejas entendo o poder que a igreja católica já teve, e ainda tem. Uma das coisas que achei engraçado foi as esmolas para as imagens dos santos, no interior das igrejas. Para acender uma vela para algum santo, era necessário pagar, e o preço variava de acordo com a popularidade do santo. Toda a cidade gira em torno desta fé católica e com ela se lucra muito.
A gastronomia de Santiago de Compostela é um motivo a parte para se viajar. Em todo canto há confeitarias que vendem a Torta de Santiago, que é muito gostosa. Essas tortas são oferecidas nas portas das confeitarias para os turistas experimentarem. Caso você aceite provar toda vez que te ofereçam, comerá bem mais que uma torta inteira. Outra comida típica que provei foi o chourizo e o jamón, que são embutidos de carne e pernil defumado, respectivamente. Achei gostoso, mas como era alta temporada, creio que paguei caro no prato de chourizo e jamón assado que comi.
Depois de Santiago de Compostela, fomos a Vigo. Assim que passei de trem pela cidade, tive a impressão que já a conhecia. É a cidade que ambienta o filme Segunda-feira ao sol, com Javier Bardem. No semestre passado vi esse filme varias vezes devido à monitoria. É uma cidade portuária, com uma vasta bacia. No passeio marítimo podemos ver alguns transatlânticos e uma bela paisagem litorânea. Como passamos o domingo na cidade, a maior parte do comercio estava fechado, havendo apenas alguns restaurantes caros, para o deleite dos passageiros dos transatlânticos. Visitamos o parque da cidade, que fica em um morro. No topo deste morro há um forte com uma vista sensacional de toda a bacia e do resto da cidade. Como passamos somente um dia, não pudemos aproveitar as praias da cidade, que pareciam ser muito bonitas.
No geral, entramos em contato com a cultura galícia do norte da Espanha. A língua que eles falam, o galego, é muito fácil de entender e alguns habitantes expressam que não se sentem representados pela república da Espanha. Os movimentos separatistas não são dessa região e nem desse povo, mas fiquei com a impressão que a Espanha é um mosaico de povos unidos sob a mesma bandeira, ou pelo menos essa é a intenção.
Tiramos algumas fotos nessa viagem, e assim que puder as postarei. Muito obrigado pelo carinho de quem lê e de quem comenta.






quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Chegada em Braga

Depois de cinco dias de muita correria, finalmente encontrei um tempo para dar notícias. A cidade de Braga é linda. Chegamos aqui no sábado e nos hospedamos em um hotel no centro. Esse primeiro hotel era muito velho e todo acarpetado, o que vez com que a Paola tivesse muita alergia. Ficamos dois dias nele e mudamos para um outro muito bonito, com um café da manhã delicioso e pagando o mesmo preço. Durante esses quatro dias nossa rotina era basicamente resolver questões de documentação, hospedagem e ambientação. Cruzamos toda a cidade a pé e apesar dessa ser pequena, terminavamos o dia muito cansados. Contudo finalmente achamos um bom apartamento para morarmos e resolvemos todos nossos problemas de documentação.
Penso que vou gostar de viver nesta cidade. Os medos que eu tinha ao chegar aqui, quase todos de disiparam. Tudo aqui é muito barato, tanto que chego a me revoltar com algumas coisas. Compramos um garrafão de água de cinco litros por apenas 27 centavos de euros. Frutas, carnes, legumes, arroz, feijão, tudo é , mais barato. O vinho então , nem se fala. Ainda não achei um vinho que custasse mais que cinco euros. Tudo roda em torno dos dois euros por garrafa. Ontem, passeando no shopping, nºao resisti a uma propaganda e fui jantar um belo prato de picanha com arroz e feijão por seis euros. Que bom que tudo isso é barato, mas me revolta isso ser barato aqui, no exterior, e caro no Brasil.
O povo daqui, em uma primeira impressão, me pareceu ser muito simpático e prestativo. É um pouco díficil entender o que eles falam, mais já estou me habituando. Chegamos aqui no fim do verão, em um calor desgraçado, mas eles gostam desse clima e aproveitam o maximo dele, já que o sol só de põe entre 20:30h - 21:00h. Todos os jovens são muito bronzeados, mas não os achei muito bonitos. A Rayana está encantada com os homens daqui. Diz ela que são muito bonitos e educados. Bem, parece que eles tambem gostaram dela e da Paola, pois elas estão fazendo muito sucesso aqui.
Quanto a mim, sinto-me mais latino do que nunca. Olhando as pessoas aqui sei que não sou europeu, asiatico, africano, árabe e nem americano. Sou latino-brasileiro, diferente de tudo que vejo. Estou curioso para saber como será minha adaptação aqui, no dia-a-dia. No mais, assim que puder mando mais notícias.