terça-feira, 16 de novembro de 2010

Marrakesh

É amigos, demos uma saidinha da Europa e dessa vez, fomos passear no norte da África, no Marrocos. Foi uma viagem incrível, muito diferente, mas ao mesmo tempo com muitas semelhanças, do que se vê por aqui e por ai no Brasil. A cultura árabe contrasta muito com nossos costumes, mas em Marrakesh em especial, tudo parece combinar. A cidade é uma Babel, muito disso por conta do comercio. É preciso saber falar a língua do freguês, e toda o mundo passa por aquela cidade. Não é a toa que a maior atração de Marrakesh são os souks, que são imensos mercados que se estendem por toda a medina (cidade antiga cercada por muros).

 Nesses souks pode-se comprar todo o tipo de artesanato típico, comida, roupas, malas, bolsas, haxixe, coisas para o lar, falsificações, enfim, de tudo. E como a tradição desse povo no comercio vem de longa data, é preciso ser esperto com eles e sempre negociar o melhor preço. O costume é sempre que se pergunta o preço de algo, eles jogam o valor lá em cima e cabe a nós, pedir muito menos do que aquilo que queremos pagar. Para minha sorte, eu estava com a Paola que consegue fazer os marroquinos ficarem no prejuízo.



A praça de Jemaa El Fna é outro ponto muito agitado em Marrakesh. A partir do entardecer começam a montar várias bancas de comidas e vários artistas, tatuadoras de henna e encantadores de serpentes ficam andando pela praça, procurando ganhar um trocado dos turistas. Nessa praça, por qualquer foto que você tira, pode vir alguém cobrando uma moedinha pois apareceu na sua foto. Nessa agitação toda, ficamos até tonto com o tanto de gente chamando pra visitar-mos suas barracas ou tirar fotos com suas serpentes ou fazer uma tatuagem, ou qualquer outra coisas que nos arranque dinheiro. Depois de dois dias não aguentavamos mais andar pela praça. Na realidade minto, íamos ainda tomar o jus d'orange das várias barraquinhas que haviam na praça.


Fizemos também uma excursão de três dias, que foi até o deserto do Sahara. Nesse excusão passamos em Ait Ben Haddou (cidade onde foram gravados vários filmes, entre eles Gladiador e Príncipe da Pérsia) Zagora (considerada a porta do Sahara) e Merzouga, de onde pegamos os dromedário e andamos por mais duas horas até o acampamento, onde passamos a note entre as dunas. O céu no deserto é algo inacreditável. Eu nunca tinha visto tantas estrelas, parecia um veludo negro todo respingado de leite e por não haver nenhum tipo de iluminação ao nosso redor, as estrelas pareciam estar muito baixas, quase ao nosso alcance.


No meio da noite o guia nos convidou para subir uma duna bem alta, ao lado do acampamento. A subida foi muito difícil pois alem de estarmos subindo sem enxergar meio metro a frente, a duna era muito íngreme e foi preciso muito esforço para chegar ao topo. Contudo, a paz que se sente ao chegar ao topo, deitar naquela areia gelada e ficar observando o céu em silêncio é uma bela recompensa. Por fim, para descer foi-nos indicado um outro caminho, ainda mais íngreme e o modo de descer era caminhar lentamente afundando o pé na areia. Pois essa sem dúvida foi uma das sensações mais agradáveis que já senti. Na escuridão quase total, enxergando apenas o fogo do acampamento e as estrelas sobre minha cabeça, eu comecei a descer e a medida que eu afundava o pé na areia, eu ia deslizando lentamente sobre a duna, sem que meus pés tocassem algo sólido ou firme, e desse modo eu me sentia flutuando junto com as estrelas que me observavam. Por mais que eu me esforce, não conseguira explicar a sensação a vocês. Foi demais!

Visitamos também uma cidade litorânea chamada Essaouira, mas essa deixou a desejar. A cidade estava muito suja e a alimentação nos saiu cara, apesar de muito gostosa. Como já estava no final de nossa viagem, estávamos muito cansados e só pensávamos em ir embora. No mais, Marrocos ficará marcado a cima de tudo, como um grande choque cultural.

Nessa viagem tentei fazer mais vídeos, para mostrar melhor o que eu via. Espero que gostem e os postarei em breve.

Picasa: http://picasaweb.google.com/118304732664827419926/Marrocos?authkey=Gv1sRgCJ73goyAksXj7QE#

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Paris

Primeiramente, eu gostaria de pedir desculpa pela demora em atualizar o blog. Os dias chuvosos, a falta da internet em casa e a quantidade de coisas que tenho a contar da cidade me deixaram com preguiça. Por várias vezes comecei a escrever mas alguma distração me tirou do computador.
Pois bem, ainda antes de contar-lhes como foi a viagem, vamos à uma pequena retrospectiva dos antecedentes. No post passado eu havia contado que descobrimos que o lugar que ficaríamos hospedado era horrível e muito mal avaliado pelos que por lá passaram. Havíamos percebido também que somente com a bagagem de mão, que por um lado tinha deixado o custo da passagem bem baixo, era uma pouco difícil carregar as roupas de uma semana de frio, e muito frio, devo adiantar. Alem do mais, havia a questão do aeroporto em que íamos desembarcar ficava a 91 km de Paris. Adicionado a isso, ficamos sabendo um dia antes de viajar que a França se encontrava em greve geral e quase todos os serviços estavam paralisados. Com toda essa gama de boas notícias, embarcamos para Paris.
Paris é uma cidade ícone, da qual muita coisa é falada. Está sempre presente nos filmes e novelas como uma cidade encantadora, romântica, cheias de coisas bonitas para ver e coisas gostosas para comer. Eu, habitante do sertão do Brasil, sempre pensei que exageravam um pouco sobre a cidade e que Paris não era tudo isso. Pensava que era ladainha de pessoas que iam a um lugar caro, e que por ser caro aumentavam aumentavam as caracteristicas positivas do lugar para justificar o dinheiro que pagaram. Pois saibam todos que eu estava enganado e Paris é realmente tudo o que dizem!
Apesar de todos os antecedentes pessimistas que tínhamos, notamos que nossa sorte tinha mudado assim que chegamos ao aeroporto, e em meio a greve e tudo mais, fomos abordados por um senhor chileno, todo de uma Van, que nos ofereceu "carona" até nosso albergue por um preço menor que o ónibus que pagaríamos para ir até o centro da cidade. Chegando no hostel, muito preocupados em sermos mal-tratados, gastamos todo o nosso francês para tentar estabelecer uma boa comunicação na língua nativa e ainda nos certificarmos que teríamos pelo menos água quente e café da manhã. Talvez nosso francês esteja um pouco melhor do que nós pensávamos pois fomos muito bem tratados, conseguimos ficar os cinco (Paola, Rayana, Fernanda, Rafaela e eu) e com banheiro próprio. Algo que eu gostaria de chamar a atenção logo no começo do relato é sobre a educação dos franceses: são todos muito educados. Ouvi falar muito no Brasil sobre a falta de educação francesa e por isso estava até com certo receio de ser mal-tratado por alguém quando fosse pedir informações, contudo, a educação, a disponibilidade e a presteza deles nos espantou.

Catedral de Notre Dame, visão do fundo.

Pois bem, aproveitando os bons ventos que sopravam a nosso favor, decidimos aproveitar o dia passeando a pé até onde conseguíssemos, já que a principio a melhor vantagem do nosso hostel era a localização. Caminhamos até as margens do Sena e seguimos até a Ile de la Cité, ilha localizado no meio do Sena onde há, entre outras, a Catedral de Notre Dame. No momento em que a avistei, muitas coisas vieram a minha cabeça, desde o filme da Disney "O corcunda de Notre Dame", Baseado no romance de Victor Hugo, até a coroação de Napoleão Bonaparte como imperador, na ocasião em que ele toma a coroa das mão do Papa e se auto proclama imperador. Tudo isso ocorreu ali, no prédio a minha frente.
Umas das pontes que ligam a Ile de la Cité à margem do Sena

Enquanto estávamos contornando a Notre Dame, entramos contato com a greve. Uma manifestação muito bem comportada passou por nós. Nesse momentos estávamos na ponte da foto ao lado. Nessa ponte, segundo nos contaram, os casais apaixonados prendem cadeados nas cercas e jogam as chaves no rio, como prova de amor eterno. O interessante é que a maioria dos cadeados eram de segredo. Penso que isso é algo útil caso alguém pense que a eternidade é tempo demais. O interior da Catedral é muito bonito e nos faz sentir muito pequenos da grandiosidade dos seus arcos.
Cadeados presos como prova de amor




Interior de Notre Dame

Após visitar Notre Dame, mudamos de margem e seguimos até a Universidade Sorbonne. É um prédio enorme, que ocupa todo um quarteirão, mas que infelizmente não estava aberto a visitação. Após a Sorbonne, fomos ao Pantheon, pois era o monumento que estava mais próximo. Não entendemos direito o que era o Pantheon, pois nos falaram que era um espaço dedicado ao saber, mas parecia que a razão de ele ser turístico são os pensadores enterrados nele. De qualquer forma, é um belo prédio que imita um templo grego.


Sorbonne
Pantheon
Jardim de Luxemburgo
 Depois do Pantheon, fomos ao Jardim de Luxemburgo, onde tivemos a felicidade de passar o pôr-do-sol. O local é um palácio com um belo jardim o cercando, muito agadável. A entrada do outono, que já deixava algumas folhas amarelas e outras enferrujadas, dava ao jardim uma beleza que nós não estamos acostumados no Brasil. Contudo, com a ida do sol, o frio começou a apertar e por isso encerramos o nosso primeiro dia por aqui.

Bastilha

No nosso segundo dia, acordamos cedo e fomos visitar a famosa Bastilha. Por mais estúpido que seja, eu pensei que eu iria realmente ver a Bastilha, mas ela foi demolida há muito tempo atrás. Atualmente há um monumento que lembra a tomada da antiga Bastilha, na revolução Francesa. Pelo menos o lugar era o mesmo. Após a Bastilha, íamos ao museu Picasso. Íamos, porque não fomos. Estava fechado e só reabrirá em 2012. Ficamos todo muito frustrados com isso, mas faz parte de qualquer viagem pequenos imprevistos. Continuando o passeio, seguimos pela Rue de Rivoli até a prefeitura da Paris, o Hotel de Ville.

Hotel de Ville - Prefeitura

Almoço no Louvre

 Poucas quadras depois do Hotel de Ville já avistamos o Louvre, mas a fome também já incomodava, por isso, decidimos fazer uma farofa básica no Louvre, como bom brasileiros que somos. O Jardin des Tuileries, que fica a frente do prédio do Louvre, se mostrou ser um lugar muito agradável para essa prática tão mal vista no Brasil. Como havíamos planejado visitar o Louvre mais para o fim da semana, ficamos só pelo jardim mesmo, que já era bem legal. Alem de um belo projeto de paisagismo, há também várias estátuas representando os mitos gregos que vale gastar um tempinho para admirar.


Após sairmos do  Jardin des Tuileries, entramos na Praça da Concórdia, onde há um Obelisco egípcio enorme. Segundo informações que tivemos, Esse obelisco foi um presente de agradecimento a um outro presente que a França havia dado ao Egipto - um relógio que atualmente não funciona mais. Esse obelisco é uma peça única e maciça de granito, que servia de pilar para um templo egípcio antigo. Depois da retirada desse pilar, dizem as más línguas que o templo ficou manco. Um outro detalhe desse obelisco é a sua ponta, pintada a ouro. Infelizmente me dei conta agora que eu não tenho fotos do obelisco...

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 Continuando o passeio, da Praça da Concórdia, seguimos pela Champs Elysees, passando pelo pelo pequeno e pelo grande Palácio. Assim que entramos na Champs Elysees, temos a visão do Arco do triunfo ao fundo, que lembra qualquer coisa como "É, eu estou em Paris". No mais, a Champs Elysees não era bem o que eu imaginava encontrar. Não é verdade que as marcas mais caras do mundo estão lá. Atualmente, como ela se encheu de turistas, lá estão grandes lojas de departamento, restaurantes, e vários artistas de rua tentando ganhar um trocado. Ainda sim, é uma avenida muito elegante e muito tradicional para os parisienses, já que é lá que acontecem os desfiles cívicos
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Arco do Triunfo

Após chegarmos ao fim da Champs Elysees, no belo Arco do Triunfo, já era hora de ir visitá-la. Descemos uma rua linda, com a maior cara de outono, que ligava o Arco do Triunfo à Torre Eiffel e era cede de várias embaixadas. A medida que íamos nos aproximando, ela ia se revelando, cada vez mais alta e imponente, olhando Paris por cima. A Torre Eiffel é espetacular! Não tenho nem o que falar sobre ela. Ao chegarmos no Champs de Mars, parque onde está a Torre, depois de tirar um milhão de fotos, ficamos lá, sentados na grama, esperando o sol se por e as suas luzes se acenderem. Finalmente entendi porque Paris é chamada de cidade Luz. Passear pela cidade a noite era otimo. O estilo art noveau sob as luzes amarelas da cidade, tendo ao fundo a Torre iluminada, me deu vontade de ficar ali para sempre, mas é claro, trazendo a família e os amigos pra perto, porque como diz Tom Jobim, "é impossível ser feliz sozinho".


Olha ela lá!
 
 Neste post me resumi e contei somente dois dias da viagem de uma semana. Parte foi por preguiça, mas outra parte foi pra ter o que contar quando eu voltar. Porem, coloquei todas as fotos em um álbum virtual do Picasa. Quem tiver interesse, acesse o link abaixo.


E para finalizar, um vídeo que fiz da Torre. Em breve, Lisboa e Marrocos.