Coloquei-a no mais nobre
lugar da
estante da sala.
Entre os
livros e os troféis.
Entre os
gritos dos fiéis
busquei
um silêncio
incrédulo,
desacreditado.
Entre os
gemidos do orgasmo
busquei a
razão
tardia,
vadia.
Sem
vergonha de admitir
que ri,
sofri
e ainda
sofro ao vê-la ali,
na
estante ou em qualquer lugar,
me
olhando sem me julgar
Sem
desculpas para me culpar,
sem
motivos para chorar.
Aquele
lugar talvez não seja tão nobre,
aqueles
troféis talvez vieram por sorte,
e aqueles
livros que eu ainda não li,
nem eles,
nem ela deviam estar ali.
Contudo
não há mais onde
e nem
porque correr.
Não há
mais como
e nem
porque fugir.
Na sala
espalho a prisão que construí.
De frente
a estante da sala, pendurado na parede, foi onde morri.
Fernando Reis
Fernando vc escreve muito bem!
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